NOSSOS OBJETIVOS

 Fortalecer e ampliar as práticas construídas pela Associação Pró-CREP em sua história dentro da cadeia produtiva da reciclagem, visando sua replicação em outros lugares e contextos, tendo como elo gerador de todo o processo a educação socioambiental e, como fim, a organização independente dos seus agentes, a promoção da inclusão social e produtiva e a economia solidária.

Buscar parceiros públicos e privados na replicação da iniciativa, nos órgãos municipais, estaduais e federais ligados ao meio ambiente e às políticas educacionais.

Articular, sensibilizar e integrar lideranças locais, escolas, associações, clubes, igrejas na tecnologia social em processos de coleta de materiais reusáveis e recicláveis.

Realizar com estas entidades parceiras e as comunidades eventos de formação/capacitação sobre economia solidária, associativismo e cooperativismo.

Ampliar a equipe de educadores socioambientais, bem como capacitar agentes nos locais onde será replicada a tecnologia social. Especializar nosso quadro de associados.

Nossa tecnologia social

Organização social com gestão nos princípios da economia solidária.

Educação socioambiental: No galpão de triagem e nas oficinas, promover a acolhida de escolares e universitários, em parceria com as prefeituras da região; encontros nas comunidades; visitas de formação/orientação de casa em casa e empresas;

Proteção ao meio ambiente: Campanhas de sensibilização e mobilização. A associação faz a coleta, a triagem, o enfardamento e dá destinação correta aos resíduos;

Inclusão social e produtiva: Dependente químico, mãe provedora de seu lar, jovens, desempregados em situação vulnerável. Acolhimento, capacitação para o associativismo e o empreendedorismo. Trabalho coletivo e renda compartilhada aprovada em assembleias mensais.

Problema Solucionado pela Tecnologia Social

1992, Guarda do Embaú/Palhoça, sul do Brasil, vila de pescadores artesanais, uma escola primária com estrutura física precária, falta de material didático e merenda, uma professora, uma merendeira e uma única sala para os alunos das quatro séries. A professora Hélia mobiliza pais e alunos para a coleta, seleção e venda dos recicláveis.

A escolinha virou centro de reciclagem, educativo… sem nenhuma pretensão de virar modelo/referência. Não se falava de tecnologia social. O objetivo era melhorar a estrutura física/pedagógica, inclusive na aquição de cadernos, lápis e alimentos para a merenda. Com o engajamento da comunidade, a iniciativa cresceu, atendeu às demandas da escola (foi comprado até umterreno para a quadra esportiva), ultrapassou seus muros, foi ao encontro das famílias vulneráveis. Na década de 90, ocorreu a chegada do turismo desordenado, da especulação imobiliária, da degradação ambiental, ameaças às culturas tradicionais, migração e subemprego. Nova realidade na Guarda do Embaú e região. A iniciativa se reinventa e faz nascer da “tecnologia da escolinha”, uma tecnologia social que vai “reciclar vidas”. Nova economia local com novas parcerias e gestão solidária com inclusão. Hoje, são 65 associados com trabalho e renda.

Resultados alcançados

O maior resultado alcançado: OS PARTICIPANTES DA TECNOLOGIA SOCIAL EFETIVAMENTE INCLUÍDOS.
Na escola/1992 eram 32 alunos, 25 famílias de pescadores artesanais, organizados conquistam melhor qualidade do ensino e novas posturas da comunidade em relação à educação.

Construção do galpão, 16 mulheres em situação de vulnerabilidade participam da iniciativa e da partilha dos recursos financeiros. Na criação da associação, em 2004, 22 pessoas se empoderam como sócias neste projeto de inclusão. Dezembro/2023 – Partilha solidária com 65 associados: 36 mulheres, 29 homens, 31 negros, nove nativos da comunidade, 54 migrantes do interior de SC e outros Estados e duas imigrantes haitianas, 12 na faixa etária de 18 a 24 anos, 19 entre 25 e 40 anos, 27 entre 41 e 60 e sete com mais de 60 anos. Seis são portadores de necessidades especiais. A maioria estudou até a 4ª. série, cinco têm curso superior e quatro são analfabetos. Em parceria com Estado/SAP, passaram pela Pró-CREP 17 apenados, dois são associados.

A conquista das comunidades que participam na defesa da tecnologia social. A recepção com a educação ambiental atinge 80% das residências e empresas. 55% dão destino correto aos resíduos, 60 ton/mês, a média nos últimos seis meses, que deixaram de ir para o Aterro Sanitário de Biguaçu.

Espaço privilegiado de produção científica. Universidades, Institutos de Pesquisa, Fundações Acadêmicas têm usado a tecnologia social aplicada na Pró-CREP para produção de monografias, TCCs e teses, da gradução ao pós-doutorado. No momento, são cerca de 30 trabalhos elaborados em diversas áreas do conhecimento.

A partir da triagem, a tecnologia social proporciona o reaproveitamento de materiais com inovação, criatividade, sustentabilidade e arte. Ações que alimentam as feiras itinerantes e levam os produtos da tecnologia social até as comunidades.

Espaços físicos ampliados: do brechó, Cacareco, Oficina de Mosaico/Artesanato, sebo, produção de sabão, programa Agrossustenta, Casa da Costura Sustentável, serralheria, cozinha/banheiros, estufa das hidropônicas e o escritório.

Parcerias celebradas: Com Banco do Brasil, BNDES, FUNASA, EPAGRI-Empresa de Pesquisa Agrícola/SC, FAPESC-Fundação de Pesquisa/SC, UNISUL-Universidade do Sul de SC, com órgãos municipais nas áreas de infraestrutura, meio ambiente e educação. Com empresas privadas como a “Karoon – Petróleo e Gás”, australiana com sede no Brasil/RJ.

Por fim, o reconhecimento e a afirmação da tecnologia social com o assento nos Conselhos Municipais do Meio Ambiente, Assistência Social, Educação e de Políticas Culturais.

 

Sistematização da Tecnologia

São 31 anos de atividades ininterruptas, hoje em 14 comunidades de Palhoça, incluindo a Terra Indígena Guarani do Moro dos Cavalos. 25 mil hab., população que no verão triplica. Do objetivo inicial aos dias de hoje se alimenta e se renova na educação, no engajamento das comunidades, no cuidado com a natureza e na inclusão social.

“Em pouco mais de vinte anos, o incremento no fluxo de migrantes catarinenses nas regiões do Litoral foi de mais de 60% do incremento estadual. Entre 1970 e 1991, o número de migrantes catarinenses nas regiões do Litoral multiplicou 3,5 vezes, crescendo a uma taxa média anual de 6,2% ao ano, ou seja, em média, a cada ano, cerca de 32,8 mil pessoas migraram para a região” (Izidro Nunes, “A BR-101 e a migração para o Litoral em Santa Catarina”, UFSC 2008). O Litoral de Palhoça possuía precário serviço de coleta de resíduos, com focos de lixo a céu aberto, especialmente na área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Naquele momento, a professora Hélia e os pais reunidos na escola vislumbraram na seleção e venda dos resíduos domiciliares os recursos necessários para enfrentar suas demandas.

Primeiro passo: reunir as famílias, a comunidade e suas organizações com o objetivo de sensibilizar quanto ao destino correto dos resíduos. Tecnologia vitoriosa pelas razões: Inovadora, seu potencial de transformação e o engajamento da comunidade. Divulgar/massificar os conhecimentos adquiridos geraram reconhecimentos e prêmios.

Em 1997, a professora Hélia recebe da Presidência da República, em Brasília, o “Prêmio Incentivo a Educação Fundamental”, um marco para a tecnologia social que agora “pede um nome, sede… e outras realidades a serem transformadas” com protagonismo social, cuidado ambiental e solidariedade econômica. Reunidos ainda na escola o projeto é nomeado “Pró-CREP – Criar, Reciclar, Educar e Preservar”. A prefeitura, sensibilizada com a premiação, busca recursos federais e dá inicio ao sonhado galpão para acolher o projeto, inaugurado em dezembro de 1999.

Agora, com galpão sede e o Projeto Pró-CREP coletivamente implantado, a tecnologia social avança na educação, na inclusão e na defesa do meio ambiente. Não há limite para crescer, para incluir e transformar. Em 2004, um passo decisivo necessário para novas parcerias e para suas relações institucionais: estar a entidade legalmente constituída. Formaliza-se então como Organização da Sociedade Civil (OSC) sem fins lucrativos, “Associação Pró-CREP – Criar, Reciclar, Educar e Preservar”, inserida na cadeia produtiva da reciclagem, tendo como elo gerador de todo o processo o saber popular e o conhecimento técnico, com planejamento estratégico, participação coletiva e autogestão.

Caminho percorrido: Organizar-se em frentes de trabalho, cada uma com um mediador eleito por sua equipe, na maioria mulheres. São frentes de trabalho a educação ambiental; coleta dos materiais recicláveis e do óleo de fritura; triagem; oficinas (arte/mosaicos/costura sustentável); produção de sabão; sebo; Brechó Consumo Consciente; – Lojinha do Cacareco (utilidades domésticas/brinquedos/eletrônicos); Agrossustenta; manutenção. Possui uma diretoria eleita que delibera em conjunto com o colegiado de mediadores, com assembleia geral mensal de avaliação, planejamento e aprovação da partilha financeira.

Uma vez por mês, reserva momento para capacitações e treinamentos sobre temas como economia solidária, associativismo, saúde, educação financeira, relações humanas, segurança no trabalho e outros. A Pró-CREP foi selecionada pela Fundação Catarinense de Basquete-FCB/Social com apoio financeiro para realização dos treinamentos. Também todo mês realiza “Feira Itinerante da Economia Solidária” onde os preços comercializados são simbólicos, no objetivo da interação com a comunidade, aproximação com a tecnologia social.

Para coroar cada ano da tecnologia social é realizado na Praça da Reciclagem o Festival Solidário, evento popular desde 2018, com dois dias de atrações culturais, rodas de conversa e feiras da economia solidária. Em 2023, nos honrou com sua presença no Festival Glberto Carvalho, secretário nacional da Economia Popular e Solidária – SENAES/MT.

Replicar a tecnologia social em outros locais e contextos é a atual meta e buscamos articulação nesse sentido, no município e fora dele. Com assento no COMDEMA, Conselho Municipal do Meio Ambiente, fizemos contatos e vivências com outras iniciativas e após reuniões com a entidade “Recicla Palhoça”, formada por catadores no conceito tradicional, localizada no Bairro Madri, periferia urbana de Palhoça, optamos por incluí-la na proposta da replicação da tecnologia, também com a segurança da participação da Prefeitura, parceira na iniciativa.

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